A vida passa
E eu na janela
Sigo pres’em minha cela
Estendendo a estadia
As grades saem
Mas surgem correntes
Os grilhões de minha mente
Me fazem perder o ar
São tantas vidas
Tanta dor, tanta tristeza
Vejo extrema pobreza
Sofrimento todo dia
Nos hospitais
Fazem filas pacientes
Uma rotina exauriente
“Não consigo respirar”
Tanta desgraça
E o presidente
Em seu discurso persistente
Que insiste em dizer
“Se aglomerem
Pela economia!”
Destilando tirania
E mais de 3 mil a morrer
Não há vacina
Pra tal chacina
É melhor já ir tirando
O capitão genocida
É tanta farra, é descaso
É tanto crime
Que teu deus te elimine
Que tu pague com a vida.